Saúde mental é um assunto que tem sido cada vez mais comentado. Desde a importância do autocuidado e do autoconhecimento até fatores externos que podem afetar diretamente no nosso bem-estar, cuidar da nossa mente também faz toda a diferença na nossa qualidade de vida.

Quando falamos em saúde mental da mulher, são muitos os aspectos determinantes a serem considerados, como acesso à educação, moradia, trabalho, alimentação, lazer e por aí vai.

A lista é grande e há muito a ser comentado. Pensando nisso, preparamos este conteúdo com os principais dados referentes à saúde mental da mulher e a sua importância na sociedade atual. Acompanhe!

Saúde mental da mulher: a importância de falar sobre o assunto

Além dos aspectos sociais e externos citados anteriormente, as mulheres também são conhecidas por serem as principais responsáveis por práticas de cuidado, predominando na atuação em categorias como cuidadoras, educadoras, enfermeiras, assistentes sociais, além de referências em seus núcleos familiares.

No entanto, quando o assunto é saúde mental, a atenção sobre o assunto ainda é insuficiente e se torna mais necessária. Extremamente cansadas, muitas mulheres têm que lidar com a preocupação da manutenção de seus empregos, muitas vezes durante uma gravidez ou tendo que lidar com a dupla jornada de trabalho em casa. 

Ainda no ano de 2019, dados do IBGE mostraram que a mulher já dedicava cerca de 18,5 horas semanais em tarefas domésticas e com cuidados relacionados a crianças, idosos e pessoas da família. Em 2020, com o início da pandemia do Covid-19, um estudo realizado pela Gênero e Número mostrou que 41% das mulheres que seguiram trabalhando na pandemia, afirmaram trabalhar mais durante o isolamento, enquanto 40% afirmaram que a pandemia e a situação de isolamento social colocaram a sustentação da casa em risco. 

Esses fatos só comprovam o quanto é fundamental que a saúde mental da mulher seja um tema mais discutido e estudado.

5 dados sobre a saúde mental da mulher

1. Prevalência em condições relacionadas a saúde mental

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco mulheres apresenta algum tipo de transtorno mental, sendo a depressão uma delas, atingindo cerca de mais do dobro de mulheres em relação aos homens com a doença.

Isso vai muito além das questões biológicas, também tendo relação com fatores sociais e com o fato de que o gênero implica diferentes questões que são mais suscetíveis para a prevalência das condições de saúde mental em mulheres.

2. Sobrecarga de trabalho

A sobrecarga física e mental é um enorme desafio quando o assunto é saúde mental das mulheres. Em mulheres com alta sobrecarga doméstica, o índice de condições psicológicas e transtornos mentais é muito maior, atingindo de 1 a cada 5 mulheres para 1 a cada 2 mulheres.

A baixa qualidade de trabalho aliada ao caráter temporário e precariedade dos vínculos, faz com que isso gere muito mais temor e ansiedade, um cenário que quando somado ao trabalho doméstico, se torna ainda mais pesado emocionalmente.

Além disso, circunstâncias como tempo fora do mercado de trabalho para cuidar dos filhos, licença maternidade, doenças físicas e mentais também podem afetar a percepção de disponibilidade e comprometimento profissional da mulher, levando à discriminação e exclusão do mercado de trabalho.

3. Racismo

A discriminação racial afeta a saúde das pessoas negras, e quando pensamos em mulheres negras somado à discriminação de gênero, temos um contexto maior de opressão. Como consequência, a autoestima pode ficar prejudicada, assim como favorecer o isolamento e prejudicar as relações sociais, assim, o índice de desenvolver ansiedade e depressão é muito maior.

4. Violência contra as mulheres

Cerca de aproximadamente 30% das meninas adolescentes entre 15 e 19 anos relatam violência física e/ou sexual ao longo da vida por um parceiro íntimo e têm mais chances que os meninos de serem infectadas por HIV. As informações são do Instituto Cactus.

Dessa forma, tanto a violência sexual, física, institucional ou psicológica podem afetar bruscamente a saúde mental da mulher. Mulheres expostas à violência na infância têm maiores chances de desenvolver transtornos psicológicos, ansiedade e depressão, ou apresentarem relações prejudiciais com alimentação e drogas.

5. Medicalização

A falta de compreensão de muitos serviços de saúde é um desafio no que diz respeito à saúde mental das mulheres. Profissionais relatam que muitas mulheres vítimas de violência de gênero se calam ao mesmo tempo que buscam por ajuda dos serviços médicos. No entanto, às vezes as mulheres não encontram o apoio ou o acolhimento que precisam no momento, sendo taxadas de “poliqueixosas”.

Dessa forma, é fundamental que essa tema seja mais trago à tona para debates e discussões saudáveis, a fim de encontrar e adotar estratégias que possam proporcionar uma saúde.

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